terça-feira, 26 de novembro de 2013

3. Sobre Amizades em Potencial Terminadas Em Um "Click"




Eu tenho ficado seriamente deprimido com uma coisa que tem me ocorrido com uma certa frequência ultimamente. É claro que eu não deveria considerar tal coisa com o peso de problemas mais graves, até para não soar como um ser juvenil como aqueles tantos que são alvos de críticas ou questionamentos feitos por mim de vez em quando. Mas como tal coisa reflete um pouco a minha realidade, eu tenho ficado um tanto chateado.


Não sei o que acontece com algumas pessoas na internet, mas às vezes inicio o que promete ser uma boa amizade, converso com uma pessoa por algum tempo e as ideias parecem bater, há uma boa sintonia e, do nada, sem eu ter feito ou dito algo mais expressivo que justificaria tal atitude, a pessoa me deleta do Skype.

É claro que amizades podem surgir de diferentes maneiras e sei que há muito mais do que o mundo virtual pode oferecer, mas considero que sou deste tempo e vejo um grande potencial na rede em aproximar as pessoas. Na mesma proporção que há mentirosos, há aqueles que transmitem sinceridade através de suas ideias, e com o tempo você adquire a habilidade de separar pessoas verdadeiras das falsas. É a velha intuição trabalhando para você, somada a uma experiência que você desenvolve com a sua própria vida e com a observação de comportamentos. Com a internet é possível conhecer pessoas de outros lugares e é permitido a você criar conexões mentais e emocionais com pessoas que você não conheceria na baladinha da esquina ou na fila do caixa do supermercado. Você, sendo sábio e sensível no que diz respeito às dinâmicas humanas, aprende a conhecer pessoas primeiramente pelo seu íntimo, mesmo que no começo tenha intenções diferentes, mas você começa a enxergar a pessoa de um maneira melhor. Não digo isso em detrimento a amigos e colegas mais próximos, mas há alguns muito especiais que, não fosse a internet, talvez eu nunca tivesse conhecimento, e bem sei que as ideias em comum trouxeram uma aproximação que às vezes não tenho nem com um vizinho, uma conexão emocional que vai além das barreiras da distância. Não mais faço somente amizades provenientes do meio (ou seja, com alguém da vizinhança, da escola, do trabalho, whatever), mas amizades entre almas.

Portanto, quando às vezes me sinto apodrecendo no lugar onde moro, por não me sentir conectado com nada que há aqui, e puxo conversa com alguém da minha cidade, mesmo que seja alguém do outro lado da mesma, buscando equilibrar meu cotidiano ao ter "por perto" alguém com quem posso conversar, sair, ou mesmo trocar algum afeto, tudo dentro das possibilidades e da disponibilidade, (ou seja, ter um pouco de tudo o que as demais pessoas têm de mais básico em questão de interação e atividades com outros indivíduos), eu me sinto afetado quando o que eu disse mais acima acontece. É muito estranho. Minha nova obsessão é a de esperar por aquele que irá me excluir em seguida, e essa perspectiva é verdadeiramente preocupante.

Quando alguém me sugere procurar possibilidades reais dentro dos limites da cidade, precisa entender que distância, afinal, não define coisa alguma, menos ainda sobre como me relaciono com alguém. Se tenho uma forte conexão com você, sendo você de outra cidade ou outro estado, é porque realmente a/o valorizo a ponto de não ligar para o quão longe você está de mim. Você me valoriza igualmente e é isso que importa. Porque pode ver o que tem me acontecido aqui e o quão desanimador isso tem sido.

O que as pessoas querem, afinal? Seria impaciência? Ou uma simples falta de sentido, talvez?


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4 comentários:

  1. Até hoje isso continua acontecendo comigo também. Tanto o que disse sobre a net, como na vida real. Costumo dizer que isso é o efeito 'figurinha'. A pessoa te adiciona pra coleção dela pelo efeito da novidade/curiosidade/interesse/etc. Mas quando passam a te conhecer mais, discordam de algumas coisas ou simplesmente descobrem que você não é aquilo que idealizaram, te esquecem ou descartam.

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    1. Grato pelo comentário! É verdade, quando olham mais de perto e veem que o outro não corresponde às primeiras impressões, logo te descartam. É claro, ninguém é obrigado a ser amigo de ninguém, mas hoje em dia simplesmente pulam de galho em galho, e não fortalecem as amizades, mas buscam sempre pela próxima que corresponda o que querem.

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  2. Olá Rodrigo. Sabe o que penso sobre isso? Simplesmente a sociedade tornou-se indiferente. É um "tanto faz" que irrita e aborrece, realmente. Não sei a tua idade, mas sou de uma geração que se importava muito mais. Embora, problemas entre amigos, colegas, sempre existiram. Mas, atualmente, isso está banalizado. E se demonstramos afeto, somos esquisitos, até mesmo bobos. Parabéns pelo texto!

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    1. Olá, Claudia! Tenho 28 anos. Apesar de uma parte da minha vida ter sido offline, quando eu finalmente pude ter autonomia para conhecer pessoas que não fossem do meu círculo social comum, já adulto, eu já estava nessa era online 100%. Mesmo aos 28, eu já sou da geração anterior, ainda com aqueles valores que estão se perdendo atualmente. É uma pena. Mas eu não deixo morrer em mim a busca por afeto duradouro. Grato pelo comentário!

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