terça-feira, 7 de janeiro de 2014

10. Nefasto!



Sob ombros encurvados,
o caminhar lento,
muito calculado,
neste mundo de Deus ele é apenas um outro andarilho errante.

Tal como um rato vagando entre elefantes,
com horror e fascinação refletidos em seu olhar,
ele espanta multidões,
derruba reinos e nações,
faz todo um mundo parar.

Como um mal que não foi cortado pela raiz...
ele é uma mensagem de infâmia que se espalha aos quatro ventos.
Uma notícia que parece vir de um outro país...
Um dragão a ser combatido,
às vezes confundido
com um distante moinho de vento.

Mas na mesma proporção em que é asqueroso,
ele é hipnótico, persuasivo,
ligeiramente louco.
Não precisa nem mesmo estar por perto:
quando quer, sem encontrar grande resistência,
derrete o gelo de algum peito ligeiramente aberto.

Mas para muitos ele é só um golpista,
um maldito
amaldiçoado,
um artista
com tramas de maldade,
um mero louco.

Um nome a ser evitado:
quando dito em voz alta, à boca vem o sabor amargo.
Como um canto de ave noturna,
um nome de mau agouro.
Seria ele um lobo em pele de cordeiro,
ou cordeiro em pele de lobo?

De verdade, não importa!
Vejamos o que melhor combina com sua natureza torta...
Na falta de nome, de rosto, de traço,
vamos para sempre chamá-lo de... Nefasto!

Nefasto!
De longe vem o forasteiro explorar novos horizontes.
Nefasto!
Quem ele pensa que é para vir amar tão longe?

Nefasto! Nefasto!
Seus olhos são de raposa...
Nefasto! Nefasto!
e o coração é de galinha.

Ele não é nenhum demônio libertado da garrafa,
mas o tratamos como tal.
Ele é apenas um grande homem com doces sonhos de menino,
doces sonhos perdidos.
Não parece ter bem a essência do mal.

Mas do nada
ele é o grito de dor na calada da noite.
E o choro silencioso na madrugada.
Sonha um mundo de sonhos,
um tolo conto de fada!
Ele é o Nefasto.

O seu amor é cruel e trágico.
Tem o coração triste,
de vidro despedaçado,
e o medo de perder de novo tudo o que ele mais ama.
Mas... ele é o Nefasto!

Ele é cruel, maquiavélico, sanguinário...
Ouvimos dizer que de seu coração sai poesia.
Mas como não o conhecemos...
não o entendemos...
Devemos, então, sacrificá-lo!

Eis que vem...
Lá vem o Nefasto!
Nefasto! Nefasto! Nefasto!
Tão jovem,
e ainda assim tão nefasto!
Nefasto! Nefasto! Nefasto!
E com todo o seu amor...
Vamos, então, sacrificá-lo!

E ainda assim, ele será lembrado...
como sendo o eterno,
o eterno Nefasto!

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