domingo, 15 de dezembro de 2013

7. O Doce Som da Madrugada


Deitado no desconforto do sofá, tento dormir na companhia da música.
Estou deitado, mas minhas pernas e meus pés se movimentam seguindo o compasso,
enquanto espero por um sono que nunca vem.
Minhas pernas são sempre assim, tão inquietas durante o sono.
E com a música pelo menos encontro um bom motivo para assim se movimentarem.
Música, todo o meu amor ao meu eterno flerte!
Ela me lembra de doces tempos que eu nunca vivi,
de experiências passadas e de épocas que alguma vez imaginei ter vivido.
O som preenche o vazio de minhas noites intranquilas,
na eterna calmaria de minha cidade inquieta.
Meus olhos se fecham nas sombras,
e à música me entrego, nela eu flutuo. Todos dormem.
Mas quando eu tento dormir, minha mente me faz lembrar de quem não deita ao meu lado.
Os pensamentos solitários invadem meus sonhos,
o meu sangue flui violentamente em minhas veias,
e minhas pernas inquietas me expulsam de minha cama.
O som pelo menos transforma meus pensamentos em notas musicais.
                     fá...
              mi,
        ré,
Dó,
Canções são invisíveis, exceto quando rascunhadas no papel;
elas não possuem corpo físico,
não posso nem mesmo tocá-las,
mas posso senti-las quando em minha alma tocam.
Elas não me iludem com eternas promessas acalentadas,
mas ainda mantém vivos em mim todos os sonhos que sonho quando ainda estou acordado.
A música não me julga, mas parece saber quem eu sou.
E deitado no escuro, desisto de dormir, e em meu sangue a música flui.
Sensação que só eu, e ninguém mais, sente.
Sou um amante, sou aquele que teme o amor e a quem o amor teme.
Sou uma alma viva, sou uma sombra do que fui um dia.
Sou um herói, e agora sou o vilão.
Sou o herói de novo, o amante, a alma viva.
Sou a canção.
Somos simbiose.
Pois a música não existe sem ter quem a escute,
e eu preciso de sua preciosa companhia.
Eis que a primeira rima finalmente vem,
e a música e eu enfim formamos a mais perfeita harmonia.

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2 comentários:

  1. Enquanto a música toca. Fico louco e saio dançando nu pela casa, com vinho com cerveja... pito 10 cigarros enquanto dura essa inquietude. O sentimento normalmente é de felicidade pela viagem. Raramente me submeto a mergulhar em águas de amargura com a música, mas de épocas em épocas é inevitável. Gosto muito de músicas que nos encantam e nos colocam em estado de encanto e pranto ao mesmo tempo. Dentre várias, destaco "Do you wanna dance" do Johnny Rivers tem o dom de me transportar pra um tempo que não é meu. Mas vou visitar.

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    Respostas
    1. Grato pelo comentário, meu amigo! A graça da música é esta: ela desperta em cada ouvinte uma sensação única. Volte sempre.

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